sexta-feira, 29 de julho de 2011

Inacabado

Sentei no chão do mesmo banheiro que me acomodava nos dias tristes da infância e adolescência. Sentei no chão e chorei, exatamente da mesma maneira como fazia antigamente. O aperto no peito é sempre igual, nunca muda. E crescer dói. Me olhei no espelho e vi as lágrimas escorrendo no rosto, um sorriso tentando ser esboçado e a minha silhueta de adulto. A pele não era mais tão lisa e, na última vez que lembro de estar nessa mesma situação, nem tablet existia. As crises existenciais eram diferentes, mas eu ainda era o mesmo. A gente cresce por fora; e dentro continuamos criança. A diferença é que disfarçamos e fingimos ser adultos pra sermos aceitos socialmente. Mas minha loucura ainda doía e eu sentia que o tempo passava e eu não chegava perto dos meus sonhos. Aí alguém no espelho me disse que eu era uma pessoa doce e que era pra sorrir porque a dor tinha saído. Abri a porta do banheiro e continuei e experimentar o que todos chamam de solidão disfarçada.

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